Repúdio à diretoria mexicana da EMBRATEL *
Segundo o que aprendemos com os historiadores, lá pelos últimos anos do século XV os europeus acreditavam que os povos não cristãos e não civilizados poderiam ser dominados. Não importava o que eles pensavam, não importava tampouco suas culturas ou tradições. Eram considerados seres inferiores e, por esta razão, suas terras poderiam ser ocupadas, quando descobertas, não importando quem fossem seus verdadeiros donos. Era o domínio do colonizador sobre o colonizado, do senhor sobre os escravos.

A disputa pela ocupação de terras desconhecidas se acirrou entre Portugal e Espanha e, para que as brigas não ocorressem, os governos desses países pediram a ajuda do papa Alexandre VI para que ele estabelecesse as regras para a divisão, não só das terras descobertas, como também das terras por descobrir. O documento papal, denominado Bula (1493), estabelecia que as terras situadas até 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde seriam de Portugal e as que ficassem além dessa linha seriam da Espanha. Preocupado com a possibilidade de perder o domínio sobre terras que sequer possuía, Portugal convenceu a Espanha a aceitar a revisão dos termos originais e assinar o Tratado de Tordesilhas (1494), alterando aqueles limites de 100 para 370 léguas. O Brasil não havia sido achado ainda, mas, naqueles limites, pertenceria a Portugal tudo à leste de uma linha imaginária passando por Belém do Pará até a Laguna em Santa Catarina.
Na prática, portugueses e brasileiros nunca deram muita bola para aquele limite e, avançando para além dele, consolidaram as bases territoriais do que hoje conhecemos como Brasil. Somos hoje um país e uma nação complexos, com uma rica cultura intensamente influenciada pelos costumes e tradições de todos aqueles que, da Europa, da Ásia e da África para aqui vieram, escravos ou não, e que com seu trabalho construíram tudo o que temos, inclusive as telecomunicações.

De 1892 a 1924 foi o brasileiro Cândido Rondon (1865-1958) que desbravando nosso imenso território instalou linhas telegráficas que expandiram as comunicações desde a capital até as Regiões Oeste e Norte do país. Encaradas como bem social por Rondon, as telecomunicações brasileiras, entretanto, em especial a telefonia, se desenvolveram ao longo do litoral, com ênfase nas capitais e cidades médias, exploradas comercialmente por empresas estrangeiras até o final dos anos 60 do século passado. As novas gerações de brasileiros, trabalhadores ou não em telecomunicações, não têm sequer a noção de que uma simples ligação telefônica entre Rio e Niterói poderia esperar dias para ser completada, com a ajuda de telefonistas. Este quadro caótico perdurou até 1968/1969. A EMBRATEL começou a mudar esta história.
 
Idealizada em 1962 e fundada em 1965, a empresa estatal revolucionou as telecomunicações brasileiras implantando em seus primeiros quatro anos de vida, não só os sistemas de rádio em microondas que integraram o país de norte a sul, de leste a oeste, o litoral com o interior, como também instalou no município fluminense de Tanguá (na época Itaboraí) o primeiro complexo de rastreamento de satélites de comunicações que integrou definitivamente o Brasil ao mundo através de revolucionárias, para a época, ligações DDI completadas instantaneamente.

A EMBRATEL não foi apenas a construção estruturada de complexos de máquinas espalhadas por todos os cantos do país. Sob a liderança inigualável do presidente General Galvão a empresa formou uma legião de trabalhadores, homens e mulheres, que aprenderam a superar desafios de toda a natureza para a consecução dos objetivos de integração do território e melhor servir a sociedade. Os trabalhadores da EMBRATEL construíram a empresa e, ao longo do tempo, não raro, tiveram que se mobilizar enquanto cidadãos para defendê-la dos ataques dos “colonizadores” de sempre e de seus prepostos, capitães do mato de ocasião.
Carlos Augusto faz parte desta história e por isso é covardemente atacado. A memória acerca do seu papel enquanto profissional de engenharia nestes quase 39 anos de empresa, mas, sobretudo, seu papel como representante dos empregados desde o início da década de 80 precisa ser apagada. Não conseguirão! Seu profissionalismo, seu caráter e dedicação à defesa sem tréguas dos legítimos interesses dos trabalhadores estão registrados por todos aqueles que testemunharam as lutas históricas travadas na empresa. Quanto aos seus agressores de hoje, deles quase nada restará. São descartáveis e facilmente repostos por áulicos encontráveis na praça.

Estivemos hoje (quarta, dia 15/01) a partir das 12 horas na sede da EMBRATEL para um ato público de solidariedade a Carlos Augusto, meu companheiro de lutas e amigo querido. Não foi encarado apenas como um ato de solidariedade a um dirigente sindical. Foi um ato em defesa do próprio movimento sindical e de seus representantes. Se os “colonizadores” de hoje, os mexicanos, ignoram os direitos de trabalhadores brasileiros, é chegada a hora de começar a ensiná-los a nos respeitar.

* Paulo Eduardo Gomes, 63, engenheiro de telecomunicações, ex-presidente da Associação de Empregados da Embratel (1984-1990), ex-diretor do SINTTEL-RJ, ex-Secretário Geral da FITTEL, ex-presidente do PT e do PSOL- Niterói e atualmente Vereador de Niterói pelo PSOL.
Mais OUC...
Ainda que aprovada, a Operação Urbana Consorciada para a área do 'Centro' de Niterói (aspas porque definiram uma extensa área de atuação, que excede em muito o local conhecido popularmente como Centro) está longe de ser um caso terminado.
Enquanto aguardamos decisões de ações impetradas, há a necessidade de serem observadas as emendas aprovadas em sessão na Câmara em 27.11.2013.
Como o site da Câmara não está atualizado, e sequer online!, para a pesquisa da população, e de técnicos urbanistas, disponibilizamos todas 23 emendas aprovadas para que possamos aprofundar o entendimento e questionamento sobre as alterações propostas pela prefeitura, quer dizer, pelos vereadores!

Veja as emendas aqui.

Quilombo Solar

A ACOTEM - Associação das Comunidades Tradicionais do Engenho do Mato, em face de sua responsabilidade e boas práticas socioambientais, inspirada a desenvolver um projeto com jovens residentes no Engenho do Mato, e em concordância ao Projeto de Lei 309/13 e à Resolução 482/12 da ANEEL, que visam difusão do uso de energias alternativas, especialmente a Energia Solar, em nosso município. 

Todos estão convidados a participar da apresentação do projeto Quilombo Solar, sábado dia 25.01 no Quilombo do Grotão às 10h.

A partir das 13h, teremos o já tradicional Samba da Comunidade, com o Grupo Família Quilombo e prato de feijoada por apenas 10 reais! 
Planejamento?!.. *
Falta planejamento na prefeitura, o que supostamente, a impede de fazer a revisão do Plano Diretor. Atrasada no mínimo em 11 anos (o Plano Diretor de Niterói data de 1992, e em 2004 foi apenas adequado ao Estatuto das Cidades) sua revisão é fundamental antes da aprovação de alterações GRAVES no urbanismo da Cidade... Sem macro planejamento, planejam operações urbanas consorciadas, ao arrepio da lei; p
lanejam marina nessa mesma questionável OUC, porque o turismo, a Copa e as Olimpíadas demandam..; e nessa mesma lógica restritamente privativista, planejam Lei de Hotéis que altera os Planos Urbanísticos Regional das Praias da Baía e das Regiões Oceânica (com revisão atrasada em 6 anos) e Norte (com revisão atrasada em 3 anos), para atender demanda da Copa e das Olimpíadas. É notório que a rede hoteleira niteroiense é capenga e restrita, não correspondendo às necessidades empresarias e turísticas da cidade, ninguém nega isso, mas colocar a carroça na frente dos bois é uma temeridade e apropriado a gestor que não vê a cidade além de seus próprios 4 anos.
Com o incêndio da prefeitura e o site da secretaria de urbanismo 'meio' fora do ar, informamos o link da
minuta de projeto de lei proposta de mais uma modificação à legislação existente, e defasada, à população e a técnicos arquitetos e urbanistas.

A falta de planejamento gera desvio de prioridades por práticas midiáticas e inoperantes, como a propagada obra do Getulinho, a falta de habitação para os desabrigados do Bumba, a inauguração sem critérios do Mergulhão, onde a 'engenharia de trânsito' dá nó em pingo d'água (também em escassez na cidade que 'planeja' duplicar a população do Centro...) e inventa
a 'saída-funil', estratégia para o encontro da saída do Mergulhão com o trânsito da rua Dr Celestino, incapaz de planejar a necessária desapropriação de imovéis para permitir a confluência das 2 rotas assim como a estação de ônibus sobre a laje. Pedestres se esgueiram em calçada estrangulada em frente à rua Princesa Isabel, para atravessar em frente ao hospital universitário onde a prioridade prevista é mais uma vez o automóvel.


E os feirantes do Largo da Batalha? fizeram um plano Calçada Livre, tirado da cartola pra inglês ver, onde primeiro removem trabalhadores e depois vêem como é que fica. E não fica.
Enquanto isso, pessoas morrem, e Marcão do Coco
está internado para se recuperar do massacre emocional promovido pela Prefeitura.

* foto do recém inaugurado Hotel H que teve legislação urbanística alterada no governo JRS para possibilitar sua aprovação que até hoje provoca sombra na Praia das Flechas, em Niterói.

Participe do Conselho Político do Mandato Paulo Eduardo Gomes.
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